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NOTA DE FALECIMENTO - VET. CARLOS HENRIQUE BESSA

Com tristeza, informamos que faleceu ontem, 29/08/2022, aos 102 anos de idade, o médico veterano da Segunda Guerra Mundial Dr. Carlos Henrique Bessa, no Rio de Janeiro-RJ, onde residia.

Carlos Henrique Bessa nasceu em Niterói-RJ em 31 de janeiro de 1920. Ainda estudante da Faculdade Fluminense de Medicina (hoje parte da UFF) foi convocado para o serviço militar, onde foi soldado, cabo e sargento. Criado o 1° Batalhão de Saúde, em Valença-RJ, já para compor a Força Expedicionária Brasileira (FEB), Bessa foi transferido para a nova unidade e, junto com outros três colegas na mesma situação, teve a formatura na faculdade antecipada em alguns meses para poder embarcar para a guerra já como médico, sendo promovido a Aspirante-a-Oficial e logo a 2º Tenente-Médico. Seguiu para a Itália no 3º escalão da FEB, embarcado no navio americano General Meigs em 22 de setembro de 1944. Na Itália, serviu no Posto de Triagem e Evacuação da 3ª Companhia do 1º Batalhão de Saúde, em constantes deslocamentos pelo front. Além de centenas de pracinhas e aliados, atendeu também a alguns alemães, por ocasião da rendição da 148ª Divisão de Infantaria Alemã em Fornovo di Taro, em abril de 1945. Chegou a ser ferido no conflito, quando a ambulância em que viajava nas proximidades da ponte de Sila capotou após chocar-se com uma cratera provocada pela explosão de uma granada, causando-lhe ferimentos e uma fratura no queixo. No pós-guerra dedicou-se à carreira civil, sendo renomado oftalmologista e empresário, médico do Hospital dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, presidente da Sociedade Brasileira de Oftalmologia (período 1959-1960), fundador e diretor da empresa SUDOP, de importação de lentes oftálmicas francesas. Foi médico de três Presidentes da República do Brasil. Nos últimos anos, depois de longo período, retomou o contato com essa memória de guerra ao escrever um livro biográfico, associou-se à ANVFEB e passou a participar ativamente de eventos e solenidades relacionados à FEB. Após a guerra foi promovido a 1° Tenente-Médico na reserva não remunerada do Exército Brasileiro. Agora foi, possivelmente, o último médico da FEB a falecer.


Aos 102 anos, era um exemplo de vitalidade, dinamismo e amor pela vida. Deixa muitas lembranças, ensinamentos e saudosa memória. Que descanse em paz e que sua memória sobreviva.


Daniel Mata Roque

2º vice-presidente da ANVFEB




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